segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
Carta de Karl Marx a Jenny Marx
Meu coração bem-amado:
“Escrevo-te, porque estou só e me perturba sempre dialogar contigo na minha cabeça sem que o saibas e me possas responder.
Por má que seja a tua fotografia, presta-me esse serviço e compreendo agora como as efígies da mãe de Deus mais odiosas, as virgens negras, podem encontrar admiradores incansáveis. Nenhuma dessas imagens foi jamais tão beijada, olhada e venerada que a tua foto, que não reflete de modo algum a tua querida, terna e adorável doce figura. Mas os meus olhos, por ofuscados que estejam pela luz e tabaco, ainda a podem reproduzir não só em sonhos, mas também acordados.
Tenho-te, deslumbrante, diante de mim. Toco-te e beijo-te, da cabeça aos pés. Caio de joelhos na tua frente e gemo: « I love you, minha senhora... Amo-a de verdade muito mais que o Mouro de Veneza jamais amou... » O meu amor por ti, assim que te afastas apresenta-se-me pelo que é: um gigante que absorve toda a energia do meu espírito, toda a substância do meu coração. Sinto-me de novo um homem, porque tenho uma grande paixão...”
Karl Marx, in Jenny, a mulher de Karl Marx de Françoise Giroud
Imagens, Poesias e Informações
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Oi Marion, muito legal essa postagem.Saudades, beijos
ResponderExcluirA relação imediata, natural e necessária
ResponderExcluirde ser humano como ser humano
é também a relação do homem com a mulher.
Nesta relação natural da espécie,
a relação do homem com a natureza
é diretamente sua relação com o homem,
e sua relação com o homem
é diretamente sua relação com a natureza,
com sua própria função natural.
Portanto, nessa relação se revela sensorialmente,
reduzida a um fato observável,
até que ponto a natureza humana se tornou natureza
para o homem e a natureza
se tornou natureza humana para ele.
Dessa relação, pode-se estimar todo o nível de evolução do homem.
Conclui-se, do caráter dessa relação,
ate que ponto o homem se tornou,
e se entende assim,
um ser-espécie,
um ser humano.
A relação do homem com a mulher
é a mais natural de ser humano com ser humano.
Ela indica, por conseguinte,
Até que ponto o comportamento natural do homem
se tornou humano,
e até que ponto sua essência humana
se tornou uma essência natural para ele,
até que ponto sua natureza humana
se tornou natureza para ele.
Também mostra até que ponto
as necessidades do homem se tornaram necessidades humanas
e, conseqüentemente, até que ponto a outra pessoa, como pessoa,
se tornou uma de suas necessidades,
e até que ponto ele é, em sua existência individual,
ao mesmo tempo
um ser social.
Karl Marx
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